domingo, 28 de agosto de 2016

Nossa Senhora da Lampadosa

NOSSA SENHORA DA LAMPADOSA

Entre as inúmeras ilhas do Mediterrâneo, a de Lampadusa, situada entre Malta e Tunísia, teve a honra de ter dado seu nome a uma invocação da Virgem Maria. Com seus vinte quilômetros quadrados de extensão, esta ilha, subordinada a província sociliana de Agrigento, após ter sido duramente bombardeada durante a última guerra, abriga atualmente uma colônia penal italiana.

Foi desse pedaço de terra perdido no mar Mediterrâneo que, segundo a tradição, escravos negros trouxeram a imagem de Nossa Senhora da Lampadusa (ou Lampadosa), venerada ainda hoje no Rio de Janeiro em pequenina igreja pertencente a uma organização religiosa de pretos e mulatos.

Inicialmente a irmandade se abrigava na igreja do Rosário; mais tarde recebeu doação de algumas braças de terra no campo da Polé e ali iniciou a construção de sua capela, que foi inaugurada em 1748. A princípio, como podemos ver numa estampa de Debret e de acordo com os cronistas da época, era Lampadosa um templo feio e acanhado. O padre Luís Gonçalves dos Santos, em suas memórias para servir ao reino do Brasil, descreve-a como “uma capela indecente e pobríssima, que em honra da religião se devia demolir e transferir-se a imagem de Nossa Senhora para a capela de Santa Ifigênia”, que também pertencia a uma confraria de pretos-minas.
Todavia mudaram-se os tempos e também a sorte da ermida. A irmandade passou à Ordem Terceira, Fizeram-se reformas importantes e a Lampadosa tornou-se uma igreja simpática elegante. No seu interior, apenas os entalhes de Jacarandá na mesada comunhão e sobre os nichos que abrigam as imagens dos santos realçam a simplicidade de suas paredes pintadas em azul claro. Sobre o altar-mor, bem no alto, vê-se a imagem de Nossa Senhora segurando na mão direita um coração e tendo no braço esquerdo o menino Jesus que sustém uma pomba, o símbolo do Espírito Santo. A imagem primitiva, de tamanho reduzido e em pedra pintada, encontra-se na sacristia.

Dizem os historiadores que Tiradentes, antes de subir ao patíbulo, ouviu parte da missa ajoelhado na porta da Lampadosa, onde certamente pediu à Mãe de Deus a coragem necessária aos últimos momentos, quando ia sacrificar-se pela Pátria e pela Liberdade.

Uma das festas mais importantes realizadas nesta igreja é a do rei Baltasar, um dos magos que seguindo a estrela foi adorar o menino Deus em Belém. Ainda hoje, na festa da Epifania, no começo de janeiro, enorme multidão se comprime no pequenino templo a fim de homenagear o santo e sábio monarca da África. Antigamente a associação elegia o rei e a rainha, imperador e imperatriz e nos domingos e dias festivos eles saíam à rua cantando e dançando à moda de seu país de origem, com o intuito de angariar esmolas para o seu santo patrono.

Junto à igreja havia um cemitério, já desaparecido, que era a necrópole fidalga dos africanos da cidade. Os irmãos eram enterrados no interior do templo, enquanto os que não pertenciam à irmandade jaziam no pátio fora da igreja. O funeral de um escravo nobre era solene e protocolar. O cortejo costumava chegar à tarde à Lampadosa, precedido de um mestre de cerimônias vestidos de dupla capa forrada de lenços coloridos e, como era praxe, encontravam a porta fechada. Pouco depois a igreja se abria e o padre, geralmente negro, vinha ao pequeno adro receber o cadáver enquanto a rede fúnebre entrava no templo, o tambor rufava e o povo acompanhava a harmonia surda dos instrumentos africanos com palmas e cantos típicos.

Depois, sob o olhar suave e bondoso da Virgem da Lampadosa, o corpo do cativo dormia tranqüilamente o sono eterno, enquanto sua alma encontrava no céu a liberdade e a alegria que não tiveram aqui na terra.

Iconografia:
Nossa Senhora tem na mão direita um coração, e sentado em seu braço esquerdo o Menino Jesus, que segurava uma pomba, símbolo do Espírito Santo. Parecia com a Virgem da Esperança.

fonte http://luizpasseios.comunidades.net/denominacoes-de-nossa-senhora
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Igreja de Nossa Senhora da Lampadosa


Muitos pensam que a palavra lampadosa tem alguma relação com lâmpada mas, na verdade, refere-se à ilha de Lampadosa, no Mediterrâneo, entre a Sicilia e o norte da África. Uma imagem de Nª Sª do Rosário, trazida dessa ilha passou a ser conhecida por Nª Sª da Lampadosa e, contagiada pela semelhança, passou a ser, também, Nª Sª das Candeias.

Uma irmandade de homens de cor foi fundada em 1714, sob a designação de Venerável
confraria de Nossa Senhora da Lampadosa, tida como protetora dos escravos. Os confrades, que exerciam sua devoção na Igreja do Rosário, obtiveram, por doação, pequeno lote de terra, onde erigiram uma capela. A Confraria, com o passar dos tempos, veio a construir, em 1747, a igreja que, à época, chegou a dar nome à rua hoje designada Luiz de Camões.

Consta que à sua porta, teria Tiradentes assistido parte da missa, em seu caminho para a fôrca.

A construção que hoje se vê, na Av. Passos 15, data de 1936.

Nª Sª da Lampadosa é representada por uma jovem mãe, tendo à mão direita elevada à altura do ombro um coração, símbolo do amor, e no braço esquerdo sustenta Jesus-menino que, por sua vez, tem à mão direita uma pomba, representativa do Espírito Santo. Tais detalhes já não são vistos na imagem do frontão, que se vê, em detalhe, na foto.
fonte:http://rio-curioso.blogspot.com.br/2010/08/igreja-de-nossa-senhora-da-lampadosa.html

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